A Paramount divulgou o segundo trailer de Os Vingadores.
A adaptação dos quadrinhos é dirigida e roteirizada por Joss Whedon, e
conta no elenco com Robert Downey Jr. (Homem de Ferro), Chris Hemsworth
(Thor), Chris Evans (Capitão América), Mark Ruffalo (Hulk), Jeremy
Renner (Gavião Arqueiro), Scarlett Johansson (Viúva Negra), Samuel L.
Jackson (Nick Fury), entre outros personagens Marvel.
A prévia mostra o ataque a Nova York (com direito a muitas explosões)
e a revelação de que Loki (Tom Hiddleston) está por trás dos eventos. O
trailer, apesar de toda a adrenalina, ainda mantém segredo quanto a
raça alienígena comandada pelo irmão maligno de Thor, preferindo
concentrar-se na formação da superequipe e na relutância de cada membro
em participar do grupo. Assista:
O detetive britânico mais astuto e arrogante está de volta. A franquia iniciada em 2009, dirigida por Guy Ritchie (Rock'n'Rolla) e estrelada por Robert Downey Jr. (Homem de Ferro) e Jude Law (Contágio) - que retornam nos papeis de Holmes e Watson - ganha sua sequência, já antecipando a pré produção de Sherlock Holmes 3. Nesta nova aventura, Holmes e Watson enfrentam o perspicaz Professor Moriaty. A primeira produção dessa
franquia, mesmo com sua singularidade, não empolgou os espectadores. Já
esta, mostra que os realizadores fizeram seu homework e aprimoraram os
erros cometidos na anterior, adicionando mais tempero. A direção de Guy Ritchie imprime maior confiança. Para quem conhece seus filmes de assinatura (como Snatch e Jogos e Trapaças), sabe que o primeiro Sherlock Holmes
não fez justiça ao talento e no estilo underground do cineasta. Já
neste, Ritchie mostra sua identidade e aplica na narrativa traços dela
(narrativas em off, diálogos afinados, montagem linear fragmentada).
Ritchie se mostrou também
mais íntimo do personagem em questão, ressaltando seus traços de caráter
tanto na direção de seus atores quanto na trama em si. O que
proporcionou ao diretor a possibilidade de se arriscar e permitir um
mergulho mais sincero na atmosfera de Sir Arthur Conan Doyle. E esta
intimidade e aprimoramento de Ritchie, ocasionou nos atores maior
segurança e desenvoltura na atuação. A dupla Jude Law e Robert Downey Jr. se
mostrou mais entrosada, com mais vontade, com energia e química
melhores. Robert tem seu humor mais aproveitado tanto no roteiro quanto
na direção. Em momentos em que o texto não é dito, percebe-se a
naturalidade do ator em sê-lo sem palavras. As gags de Robert fazem-se
necessárias na construção e seu humor ácido integram o caráter de
Holmes. Sem contar seu brittish accent, que está mais natural e
evidente. Mas não
só na direção e atuação do elenco, o longa revela uma evolução. A
montagem aplica recursos de fragmentação, o que auxilia a narrativa.
Além de - em alguns momentos - abusar do humor. As sequências de ação
são um show à parte, estão mais vertiginosas que o primeiro e aparecem
com mais frequência ocupando grande parte da narrativa. Sem esquecer do
humor. Um recurso muito utilizado por Ritchie no anterior é o slow
motion, que pontuavam os pensamentos de Holmes. Neste, se faz presente
em several times. Nas sequências de ação esta técnica dá um diferencial e
uma mise-èn-scene interessante. Sherlock Holmes 2: O jogo das Sombras
é - além de um filme tecnicamente bem executado -, uma segunda chance
de Ritchie se redimir do primeiro longa e aos fãs do detetive um
presente. O terceiro Sherlock Holmes está em fase de pré produção, que os realizadores não percam o que ganharam com este. Recomendo.
David Fincher é um dos melhores diretores americanos em atividade. O
cineasta adora uma narrativa calcada na racionalidade, movida pela
brutalidade e frieza das ações humanas. Sua parceria com o pragmatismo e
ávido detalhismo do falecido escritor Stieg Larsson, autor da aclamada
trilogia literária Millennium, rendeu o ótimo e dinâmico Os Homens que não Amavam as Mulheres,
refilmagem do original sueco de 2009. Combinando elementos de dois dos
seus melhores filmes, Fincher misturou a implacável selvageria de Clube da Luta com a investigação detida e meticulosa apresentada em Zodíaco, e no processo, superou a obra original inaugurando uma nova franquia nos cinemas.
Fiel ao livro, o roteirista Steven Zaillian realizou pequenas
concessões no material original, reduzindo a super-exposição da vida
sexual do editor e jornalista da revista Millennium, Mikael Blomkvist
(Daniel Craig), e afastando o cotidiano da redação da publicação. Essas
modificações permitiram ao script concentrar-se na história de
Blomkvist, que depois de ver sua credibilidade (e bolso) atingidos numa
acusação de calúnia, é “convidado” pelo magnata Henrik Vanger
(Christopher Plummer) a investigar o misterioso desaparecimento de sua
sobrinha Harriet ocorrido há mais de 40 anos na isolada localidade de
Hedestad. Entretanto, ele envolve-se em uma trama maior do que imaginara
a princípio, e com a ajuda da – permitam-me momentaneamente o
reducionismo – hacker Lisbeth Salander (Rooney Mara), investiga um
perigoso assassino de mulheres.
De estatura diminuída e composição corporal frágil, ostentando
piercings e tatuagens e trajando roupas de couro dark (um mecanismo de
proteção), Lisbeth ergue agressivamente a bandeira do feminismo em um
mundo dominado por homens poderosos e corruptos que não hesitam em usar a
força física para dominar e abusar das mulheres ao seu redor. Ela,
porém, não é uma heroína, é uma pária da sociedade, uma sociopata
calculista e violenta, fruto de incontáveis abusos sofridos.
Interpretada por Mara (merecidamente indicada ao Oscar) com afinco e
comprometimento, sua Lisbeth é uma mulher hostil em estado de alerta
pronta para revidar e reagir. Debaixo do visual hardcore, de um olhar
quase sem vida e das demonstrações explícitas de raiva e violência (os
gritos guturais revelam-se perturbadores), ela encontra uma bem-vinda
insegurança nas ações de Lisbeth no carinhoso afeto dirigido a seu
ex-tutor, e reconhecer ser problemática diz muito sobre o seu complexo
caráter.
Elaborando rimas que aproximam Mikael e Lisbeth, notadamente na
maneira com que cada um utiliza o computador, Fincher novamente
mostra-se interessado nos pequenos detalhes que envolvem uma
investigação e nenhuma pista é desprezada ou descoberta sem relativo
emprego de esforço. Sem dosar nas cenas mais gráficas, há pelo menos
duas intensas e repulsivas e noutro momento dentes voam nitidamente após
o golpe desferido por um taco de golfe. Enquanto isso, a fotografia
acerta no sépia ao retratar o conflituoso passado dos Vanger, no
distanciamento dos membros da família e a insensibilidade esperada do
lar de uma tragédia. Dessa forma, a direção de arte acerta na
individualização dos lares de cada um dos membros, especialmente no
asséptico e moderno de Martin (Stellan Skarsgard), ou no nostálgico e
grandioso interior da mansão de Henrik.
O final escrito por Steven Zaillian é sensivelmente diferente do
longa sueco e dos livros, porém mais coerente e inteligente, um outro
atrativo para quem assistiu ao original. Apesar do seu ótimo trabalho,
Fincher certamente será esquecido como referência para Os Homens Que Não Amavam As Mulheres. Com a incômoda trilha sonora de Trent Reznor e Atticus Rosa (colaboradores de Fincher em A Rede Social)
que despertam os intransigentes sons de traumas, dores e o furor
interno de Lisbeth, esta obra ficará conhecida como o filme que alçou
Rooney Mara ao primeiro escalão das atrizes.
Millennium – Os Homens que não Amavam as Mulheres (The Girl with the Dragon Tattoo)
EUA/Suécia/Inglaterra/Alemanha 2011 – 158 min.
Direção: David Fincher. Roteiro: Steven Zaillian.
Elenco: Daniel Craig, Rooney Mara, Christopher Plummer, Stellan Skarsgard, Robin Wright, Steven Berkoff.
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